Muito preocupada com a dor no rim

Aluno colaborador: AB

A Sra. MAT, 40 anos, casada, do lar, residente em BH, compareceu ao Ambulatório Bias Fortes com queixa de "*dor nos rins". Ela estava bastante preocupada, pois a dor era semelhante à que apresentou alguns anos atrás, quando foi necessário realizar uma nefrectomia direita.

Ela apresentou cinco crises de dor desde novembro de 2018. A dor ocorre na região lombar baixa, paravertebral esquerda; não irradia, tem intensidade leve a moderada, dura algumas horas e é continua, ou seja, não parece uma cólica, pois uma cólica teria períodos de agravamento e remissão. Em alguns episódios a Sra. MAT percebe a urina escura, mas não apresentou sintomas como urgência, alguria ou polaciúria. Nas crises de dor ela obtém alivio ao tomar chás de folha de algodão, Quebra Pedra e Unha de Macaco com nimesulida (um antiinflamatório). Um destes episódios foi muito intenso; ela acabara de voltar na garupa de uma moto de uma consulta médica e ao chegar em casa a dor foi tão intensa que teve que permanecer deitada por várias horas; ficou completamente imóvel  para não piorar a dor.

A paciente tem realizado acompanhamento periódico após a nefrectomia. Ao mencionar esta dor ao nefrologista, ele solicitou uma tomografia computadorizada dos rins e vias urinárias, mas o exame não revelou alterações significativas. O nefrologista disse então que a origem provável da dor era musculoesquelética, e recomendou a ela que não tomasse antiinflamatórios para evitar lesão do rim remanescente.

Vamos conduzir juntos este *raciocínio clínico:

1) Que características desta história clínica sugerem que a *lombalgia tem origem musculoesquelética (por exemplo, uma lesão musculoligamentar paravertebral, ou mesmo uma doença degenerativa do disco intervertebral) e não resulta de uma nefropatia?

2) Pensando em nefropatias, em que aspectos esta história clínica seria diferente se a paciente estivesse com uma pielonefrite (bacteriana) aguda?

3) Mencione uma causa mais provável, e uma menos provável, para a "urina escura".

4) Porque a paciente melhora ao tomar chás?

5) Ainda pensando em nefropatias, em que aspectos esta história clínica seria diferente se a paciente estivesse com uma obstrução do ureter provocando dilatação (dolorosa) da pelve renal?

4) Pensando em problemas musculoesqueléticos, em que aspectos esta história clínica seria diferente se a paciente estivesse com uma compressão da raiz de um nervo espinhal lombar?

5) De que forma o exame físico pode ajudar a confirmar o diagnóstico suspeitado durante a entrevista?