Uma idosa esquecida foi parar no CTI (Parte 2)

O médico completou a anamnese e descobriu que ela havia sofrido três quedas em casa no mês passado. Examinou a paciente e verificou que a pressão arterial era menor em ortostatismo: de 150/80 mmHg deitada para 100/50 mmHg ao ficar de pé, e 90/50 depois de 3 minutos de pé.

Ele elaborou então a seguinte lista de problemas:
1.    Grave instabilidade postural, desencadeada pelo clonazepam;
2.    Hipotensão ortostática provocada ou agravada pela furosemida;
3.    Risco elevado de novas quedas e fraturas.
4.    Dependência de benzodiazepínico, que provocava o esquecimento;
5.    Incontinência urinária provocada ou agravada pela furosemida;
6.    Uso inadequado de furosemida para tratar hipertensão.
7.    Edema de MMII provocado pela insuficiência venosa.

Então, o médico esclareceu os problemas para a paciente e modificou bastante a prescrição, e agendou uma reavaliação para 60 dias. Mas a paciente nunca mais voltou.

Então, não se esqueça: nem sempre a queixa do paciente é o seu problema principal; benzodiazepínicos são medicamentos proibidos para idosos; e não se trata hipertensão arterial com diuréticos de alça, a menos que haja sobrecarga de volume (como na insuficiência renal).

O que você acha que ocorreu entre a consulta e a internação no CTI por embolia gordurosa?
O que poderia ter sido feito de maneira diferente?

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