Uma idosa esquecida foi parar no CTI (Parte 1)
A Sra AG, 73 anos, dona de casa, veio consultar-se sozinha com
queixa de esquecimento.
Ela mencionou que tem se esquecido dos compromissos (pagar
contas, horário na manicure) e recados. Contou que a filha, desempregada desde
setembro de 2016, ficou muito brava por não ter recebido um recado de uma
proposta de emprego feita por um telefonema atendido pela paciente na semana
passada. Está preocupada porque às vezes sai do quarto para a cozinha e esquece
o que foi fazer lá; está lendo um livro sobre o Papa João Paulo II e não
consegue lembrar o que leu na véspera; estava no meio de um filme sobre a
Princesa Isabel e só no meio lembrou que já tinha assistido, e outros exemplos
assim. Ela esta com medo de estar na fase inicial da Doença de Alzheimer, pois
leu no jornal Estado de Minas na semana passada uma entrevista de um
neurologista da USP dizendo que a doença começa assim.
Ela é hipertensa, tem insuficiência venosa, incontinência
urinária de urgência, dislipidemia, insônia e osteoporose. Está utilizando furosemida
40 mg de manhã, sinvastatina 20 mg e clonazepam 0,5 mg à noite (não dorme sem
ele), e uma vez por semana toma alendronato de sódio (70 mg).
Qual a sua impressão sobre o esquecimento da paciente?
Você
tem alguma idéia da causa?
Este é o problema principal dela, ou há questões mais
importantes para resolver?
Já adianto: um mês depois a Sra AG estava internada no CTI,
tratando embolia gordurosa.