Um pedreiro cansado (Parte 1)
O senhor AF, 68 anos, compareceu à consulta em uma clínica
de geriatria com queixa de “cansaço”. Ele é pedreiro e trabalha por conta
própria com serviços de alvenaria: constrói muros, conserta calçadas, etc. Como
não tem carteira assinada ou salário, sua renda depende dos trabalhos que ele
executa. Por este motivo ele trabalha o dia inteiro, todos os dias, inclusive
domingos.
De um tempo para cá, entretanto, por causa do cansaço, ele não está conseguindo realizar as tarefas que sempre conseguia fazer. Consultou-se em uma farmácia onde o balconista explicou a ele que na medida em que envelhecemos, há perda de massa muscular e é necessário reduzir a atividade física. Ele também deveria começar a usar um polivitamínico para idosos, que supre as "deficiências de vitamina da idade", e prescreveu Seneton-zinco, para tomar duas vezes ao dia.
Apesar do preço elevado, o paciente conseguiu tomar o medicamento durante um mês, e percebeu alguma melhora, mas somente na primeira semana; depois o medicamento perdeu o efeito.
Na clínica de geriatria o médico realizou a anamnese completa e o exame físico. Solicitou exames e prescreveu um tratamento.
Em uma consulta subseqüente para reavaliação, dois meses depois, o paciente mencionou que desde que iniciou o tratamento do geriatra com atenolol 50 mg por dia e warfarina ele percebeu significativa melhora dos sintomas.
Você consegue explicar a razão da melhora inicial?
E tem ideia do que aconteceu depois?